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"Falta de guias" pode ser a causa de atrasos na liberação de corpos em Ribeirão

Depoimentos de familiares revoltam parlamentares da CEE do SVO
"Falta de guias" pode ser a causa de atrasos na liberação de corpos em Ribeirão

Fotos: Aline Pereira

A oitiva realizada na tarde desta quinta-feira, 20 de agosto, contou com a participação de pessoas que sofreram com atraso nos serviços prestados pelo SVO. Foram ouvidos familiares do Sr. Alcides Bueno de Souza Filho, que faleceu aos 61 anos e da Sra. Francisca Luísa Dutra que morreu aos 90 anos.

Igor Oliveira (MDB) - presidente, Marinho Sampaio (MDB) e Luciano Mega (PDT) iniciaram a reunião com o depoimento de Débora Castilhano de Souza de Jesus, que acompanhou o seu pai, Sr. Alcides na UBDS do Quintino II. Segundo ela, o falecimento ocorreu às 4 horas da madrugada do dia 09 de julho, e a liberação do corpo se deu por volta das 17 horas.

Débora afirmou que a família procurou a imprensa porque sentiu que houve descaso na prestação de serviço dos órgãos de saúde. A incorreção de um documento gerado pela unidade do Quintino fez com que o corpo de seu pai fosse trasladado duas vezes para o SVO - Serviço de Verificação de Óbitos, que na ocasião alegou ser o posto em questão o responsável por assinar a liberação do corpo através de uma guia específica.

Igor lembrou que no depoimento do ex-diretor do SVO na última quinta-feira (15), Marco Aurélio Guimarães informou que o laudo pode ser emitido pelo médico plantonista, além disso o parlamentar comentou sobre o relato da falta de guias.

"É algo gravíssimo o fato de não haver a guia à disposição para a continuidade do processo de liberação do corpo. Isso é um serviço de pronto atendimento e o que constatamos é que a demora de 13 horas se deu por causa de uma guia, um absurdo", afirmou.

Marinho Sampaio lembrou também que Guimarães destacou o receio de muitos profissionais ao preencherem a guia, sendo o despreparo um aspecto considerável nos atrasos.

"Nós ouvimos do ex-diretor do órgão que profissionais têm medo de atestar o fato, fora que a falta de um papel numa unidade de saúde é muito grave", disse.

O vereador Luciano Mega é médico e corroborou: "a insegurança do profissional é transmitida para a família que deveria ter sido preparada para a perda no caso de uma doença incurável, e não encontrar outros problemas como a falta de uma guia".

Débora enfatizou que além dos problemas de procedimentos, algo que agrava a situação angustiante é a falta de informação e afirmações imprecisas dos profissionais aos familiares.

"Muitos de nossos familiares que moram fora da cidade chegaram ao velório antes da liberação do corpo. A gente passando por um processo doloroso e mais essa situação de falta de informação. Percebemos que foi resolvido quando pressionamos ao falar com o diretor da UBDS", disse Débora.

Sebastião Julio Vieira, filho da Sra. Francisca, acompanhou o depoimento de Débora e concordou com os apontamentos, já que o falecimento de sua mãe e situação semelhante de atraso ocorreram no mesmo dia.

"Casos como estes não podem acontecer mais. A falta de guia no posto de saúde não pode ser justificativa de atraso na liberação dos corpos. Isso é vergonhoso", finalizou Igor.

Na próxima quinta-feira, às 17 horas, a CEE receberá a diretora do SVO, Simone Gusmão.

Por Marco Aurélio Tarlá